Rotary Clubs cobrem o Brasil com vacinas contra pólio e sarampo
Alcançando 11 milhões de crianças, rotarianos ajudam a reverter tendência de queda nas imunizações
Rotary Clubs no Brasil se mobilizaram para ajudar a evitar um possível surto de pólio após taxas de vacinação perigosamente baixas terem sido relatadas por autoridades de saúde no ano passado. Mais de 11 milhões de crianças brasileiras foram inoculadas durante uma grande campanha de vacinação de dois meses, revertendo a tendência de queda da cobertura vacinal.
O governo afirmou que mais de 300 cidades do país têm taxas de vacinação baixas contra doenças como gripe, sarampo e pólio. O Ministério da Saúde chamou a situação de "extremamente grave".
O sarampo estava se espalhando em um surto que acabou adoecendo mais de 1.500 pessoas no Brasil. Como autoridades de saúde temiam que o poliovírus também pudesse ressurgir, realizaram uma forte campanha nacional de imunização do Brasil, de 6 de agosto a 28 de setembro, com o objetivo de vacinar pelo menos 95% das crianças de um a cinco anos.
Os casos de sarampo estavam concentrados nos estados do norte, onde milhares de refugiados venezuelanos cruzaram a fronteira para escapar das dificuldades econômicas e políticas de seu país. Muitos deles não haviam sido imunizados porque o sistema de saúde da Venezuela está em crise.
Marcelo Haick, coordenador regional da iniciativa Elimine a Pólio Agora contou que líderes do Rotary no Brasil consideraram assustadora a possibilidade de o vírus da pólio ressurgir. Eles sabiam que tinham que ajudar os profissionais de saúde a chegar aos milhões de crianças que poderiam estar vulneráveis a essa doença paralisante.
"A campanha foi um sucesso", celebra Haick, associado do Rotary Club de Santos-Praia, de São Paulo. "Para nossa grande surpresa, clubes de todo o país responderam de uma maneira diferente de tudo o que já havíamos visto".
Mais de 11 milhões de crianças foram vacinadas durante a iniciativa, atingindo a meta do governo de 95% de cobertura, recomendada pela Organização Mundial da Saúde.
Segundo Haick, todos os Rotary Clubs do país participaram da campanha de alguma forma.
Clubes e distritos promoveram as vacinas. Haick lembra que a maioria dos clubes produziu panfletos e os distribuiu nas escolas e em cruzamentos de ruas movimentadas.
Alguns utilizaram outros métodos para chamar atenção para a causa:
- O Grupo de Companheirismo de rotarianos motociclistas (IFMR) percorreu a cidade de Jundiaí, em São Paulo, com bandeiras da campanha Elimine a Pólio Agora presas às suas motocicletas.
- Dezenas de clubes realizaram festivais de vacinação da campanha, que incluíam alimentação, entretenimento, celebridades locais, brincadeiras e gotinhas da vacina oral contra a pólio. Autoridades de saúde vacinaram as crianças que compareceram.
- Clubes instalaram cartazes iluminados ao longo das principais rodovias.
- Em um jogo de futebol da primeira divisão, rotarianos do Distrito 4670 entraram em campo durante o intervalo para exibir uma enorme faixa da campanha Elimine a Pólio Agora. Rotary Clubs de todo o país promoveram a vacinação em outros eventos esportivos, incluindo corridas de bicicletas e maratonas.
- Haick e outros coordenadores da campanha incentivaram os clubes a adotarem postos de vacinação e a entrarem em contato com políticos locais e autoridades de saúde nesses postos.
- Clubes usaram o Facebook e outras plataformas de mídia social para publicar anúncios informativos.
- Distritos e clubes usaram caminhões para anunciar informações sobre a campanha de vacinação em eventos sociais e culturais grandes e em comunidades de alto risco.
Pedro Durão, outro coordenador da campanha de conscientização do Rotary, diz que ela foi bem difundida: "Foi uma adoção em massa e foi gratificante ver o trabalho realizado pelos clubes e distritos em todo o Brasil. Estou no Rotary desde 1991 e nunca havia visto tanto entusiasmo".
Líderes rotários no Brasil esperam que o sucesso desse esforço possa inspirar clubes e distritos — não apenas em seu país, mas também em outros que correm o risco de ver o ressurgimento da doença — a continuarem aumentando a conscientização sobre a importância da imunização contra a pólio e de outras vacinas que salvam vidas.
• Esta história foi adaptada da Revista Rotary Brasil.