Rotaract Club em Bangladesh se destaca e eleva perfil

Por Arnold R. Grahl

Tudo começou com uma conversa informal. Vários associados do Rotaract Club de Dhaka Orchid, na capital de Bangladesh, estavam contando a outros companheiros sobre um show de rock a que haviam ido alguns dias antes. Eles ficaram especialmente impressionados com a energia e o entusiasmo dos fãs mais jovens. À medida que o entusiasmo aumentava durante a conversa, em janeiro de 2023, o presidente-fundador do clube, Saddam Hossain Roni, teve uma ideia. Mesmo não sendo fã de rock, ele viu o potencial de fazer com que o clube organizasse um show com algumas das principais bandas de rock e heavy metal do país para aumentar a visibilidade do Rotaract, atrair associados e arrecadar fundos para projetos.

“Senti que aquilo seria algo enorme”, lembra Roni. “Os jovens de Bangladesh são loucos por shows e eventos musicais. Achei que, se fizéssemos algo realmente grande, as pessoas passariam a saber sobre nós e as atividades que temos feito nos últimos 50 anos. Elas veriam que o Rotaract não é apenas um clube local, mas faz parte de um movimento internacional.”

Associados do Rotaract Club de Dhaka Orchid, como (a partir da esquerda) Didarul Alam, Ahanaf Adib, Tahsin Miti, Saddam Hossain Roni e Faysal Kanan, usam a música para elevar o perfil do Rotaract, atrair associados e arrecadar fundos para projetos. Vários associados do clube formaram sua própria banda.

Imagem: Reza Rahman

Os rotaractianos ficaram entusiasmados com a ideia, embora os custos iniciais da realização do evento fossem assustadores. Em 2 de junho, após alguns meses de pesquisa e planejamento, 12 mil jovens fãs de música foram a um centro de convenções de Daca para o show beneficente que o clube chamou de Empathy 2023.

Na programação estavam nove das principais bandas de rock e heavy metal do país, incluindo Artcell, Warfaze, Shironamhin e Ashes. No entanto, ainda mais importante para o clube foi o fato de que as pessoas presentes receberam um folheto sobre o Rotaract e camisetas com os logotipos do show e do Rotaract.

Toque alto para ser ouvido

O Rotaract Club de Dhaka Orchid tem algumas dicas para aumentar sua visibilidade com eventos de cultura pop, grandes e pequenos.

Vá no embalo da cultura popular. Crie um evento que celebre a música popular, a arte ou a comida da sua região.
Recrute influenciadores para promover o seu evento. Jovens de todas as partes de Bangladesh ouviram falar do clube e do evento pelas redes sociais dos artistas.
Não se esqueça de itens promocionais. Semanas após o evento, camisetas com o logotipo do clube podiam ser vistas pelas ruas de Dhaka.
Proporcione diversão. Tahsin Miti, vocalista que toca órgão de palheta, é uma das várias pessoas do clube que formaram sua própria banda e tocam após as reuniões. “Os associados sempre pedem para cantarmos e tocarmos”, diz Miti. “Isso tem atraído pessoas, e nosso quadro associativo aumenta a cada dia.”
Sonhe alto. Algumas pessoas duvidaram que os rotaractianos conseguiriam organizar um show daquela magnitude. Eles decidiram tentar mesmo assim. Desde então, mais de 670 pessoas perguntaram sobre como fazer parte do clube.

“Após o evento, mais de 670 pessoas entraram em contato com o clube para expressar interesse em se associar”, diz Roni. Há planos para fundar mais de 30 clubes na cidade. As nove bandas promoveram o show e o Rotaract para milhões de seguidores nas mídias sociais, e o clube viu um aumento na movimentação de suas próprias redes. Vários meios de comunicação cobriram o evento. “Durante semanas após o show, víamos jovens vestindo as camisetas do evento pela cidade”, conta Roni.

O Rotaract Club de Dhaka Orchid foi fundado em 2015 depois que Roni se mudou da cidade de Comilla para Dhaka com o objetivo de estudar engenharia elétrica. Na época, ele já havia participado ativamente do Interact, atuando como tesoureiro do Interact Club de Comilla Lalmai e, em seguida, presidente do Interact Club de Gomoti. Sua eleição como representante distrital do Interact expandiu ainda mais seus contatos e habilidades de liderança. “Fiz novos amigos, recebi apoio de outras pessoas e me senti inspirado a me desenvolver ainda mais para trazer mudanças à minha comunidade”, relata.

Um desses novos amigos é Faysal Kanan, que compartilha a paixão de Roni por envolver os jovens em serviços humanitários. Antes do show, Kanan conta que os associados tinham que passar muito tempo explicando às pessoas o que era o Rotaract e como o Rotary se dedica à erradicação da pólio, entre outras causas. “Senti que, se despertássemos o interesse de mais jovens a servir em Rotaract Clubs, conseguiríamos mostrar como servir em todos os lugares, a qualquer momento”, diz Kanan.

Os rotaractianos demonstraram isso por meio de sua paixão pela ajuda às comunidades afetadas por enchentes ou outros desastres, especialmente em regiões de difícil acesso do país. Em 2016, eles doaram roupas e suprimentos para as pessoas do grupo Santal que perderam suas casas durante confrontos étnicos por causa dos direitos à terra. Em 2019, viajaram para o remoto distrito de Kurigram, no norte de Bangladesh, para ajudar as pessoas afetadas por enchentes e distribuírem alimentos, roupas e remédios.

Roni permanece conectado ao Interact por meio da Associação de Alumni do Interact do Sul da Ásia, que ele ajudou a fundar. Em 2022, juntou-se a Tahsin Miti, então representante distrital do Interact e ex-presidente do Interact Club de Dhaka Paramount, visando organizar Interact e Rotaract Clubs para prestar assistência às pessoas impactadas pelas inundações na cidade de Sylhet após as monções de verão.

Parte do dinheiro arrecadado com o show Empathy 2023 ajudou a fornecer roupas de inverno às famílias. O clube está planejando um evento maior para 2024, em um estádio ao ar livre, por meio do qual esperam arrecadar dinheiro suficiente para construir abrigos permanentes para as pessoas afetadas pelas enchentes.

O clube recebeu ajuda de outros jovens para a realização do show. Miti, agora associada do Rotaract, organizou voluntários e incentivou os interactianos a promoverem o evento. “Acho que conseguimos mostrar a muitas pessoas uma imagem diferente do Rotary”, comemora Miti.

Roni está usando as conexões que fez para conseguir outras celebridades, como um famoso comediante e mágico que se associou ao clube no ano passado. Vários integrantes do clube, inclusive Kanan e Miti, formaram sua própria banda, Shadow, que se apresentou em eventos do Rotary e do Rotaract. O grupo planeja se apresentar no show deste ano.

“Se pudermos promover nossa própria banda no setor musical, acho que conseguiremos atrair ainda mais jovens para o Rotaract”, diz Roni. “Esta geração está sempre ocupada com seus estudos e carreiras, mas têm fome de cultura. Se usarmos a música para divulgar o Rotaract, poderemos deixar os jovens entusiasmados em servir e mostrar a diferença que isso pode fazer.”

Artigo extraído da edição de abril de 2024 da revista Rotary.

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