O passado do Rotary na Escócia

Com o início da presidência de Gordon McInally, nós relembramos a história do Rotary na Escócia

A Escócia tem laços importantes com a história do Rotary International. A Associação Britânica de Rotary Clubs, que eventualmente se tornou o Rotary International na Grã-Bretanha e Irlanda, estabeleceu sua sede original em Edimburgo, em 1914. Sete anos depois, a cidade se tornou o primeiro lugar fora dos Estados Unidos a sediar uma Convenção do Rotary. Edimburgo também foi o local do nascimento de Jean Thomson Harris, esposa do fundador do Rotary, Paul Harris. O casal testemunhou o crescimento da organização na Escócia ao longo de várias visitas. 

O entusiasmo e o zelo missionário do rotariano irlandês-americano William Stuart Morrow definiram o tom do desenvolvimento do Rotary na Escócia. Morrow ajudou a formar vários clubes na Grã-Bretanha e Irlanda, incluindo os dois primeiros na Escócia: os Rotary Clubs de Glasgow (fundado em abril de 1913) e Edinburgh (maio de 1913).

Outro pioneiro foi o farmacêutico escocês Tom Stephenson. Como secretário do clube de Edimburgo, Stephenson orientou enfaticamente os rotarianos a esquecerem o aspecto de “impulsionar os negócios” dos associados do clube e, em vez disso, concentrarem seus esforços em serviços cívicos úteis. Depois que o presidente fundador do clube, R.W. Pentland, foi eleito para o Conselho Diretor do RI na Convenção do Rotary de 1913, em Buffalo, EUA, ele e Stephenson incentivaram outros clubes na Grã-Bretanha e na Irlanda a formar a Associação Britânica de Rotary Clubs. 

A associação surgiu oficialmente em maio de 1914. Stephenson tornou-se seu secretário honorário e estabeleceu a sede em Edimburgo. Mesmo depois que a sede se mudou para Londres, em 1921, Stephenson permaneceu envolvido. Em 1927-28, ele presidiu o grupo, que havia mudado seu nome para Associação do Rotary International na Grã-Bretanha e Irlanda, e, em 1928-29, serviu no Conselho Diretor do RI.

Em junho de 1921, Edimburgo recebeu 2.500 participantes para a 12ª Convenção do Rotary International – a primeira realizada fora do país onde a organização foi fundada. Os transatlânticos Cameronia e Caronia, repletos de rotarianos e suas esposas, partiram da América do Norte e cruzaram o Atlântico. Foi nessa Convenção que o Rotary alterou seus Estatutos para incluir a meta de “ajudar a promover a paz e a boa vontade entre as nações por meio de uma rede de profissionais e empresários de todas as nações, unidos pelo ideal de servir”. Resumindo o sucesso do evento, Estes Snedecor, presidente do RI de 1920-21, disse aos participantes: “Esta Convenção é a maior oportunidade do Rotary. Ela promete ser a maior conquista do Rotary.”  

Embora assuntos sérios tivessem sido abordados, diversão e companheirismo também marcaram presença. As festividades culminaram com um grande desfile pelas ruas de Edimburgo. Os participantes incluíam rotarianos e suas esposas, bem como o lorde reitor, magistrados e conselheiros de Edimburgo, em seus magníficos trajes oficiais. Um dos destaques para muitos dos visitantes americanos foi navegar pelo rio Clyde com o Rotary Club de Glasgow, liderado por seu associado mais famoso, o artista Sir Harry Lauder. Outro foi o oferecimento da "hospitalidade anfitriã" por Stephenson e associados do Rotary Club de Edinburgh a rotarianos visitantes – uma tradição que continua sendo popular nas Convenções. 

Depois da Primeira Guerra Mundial, o Rotary cresceu gradualmente na Escócia, apesar de uma depressão econômica. As visitas de Paul e Jean Harris à Escócia nas décadas de 1920 e 1930 foram noticiadas na imprensa nacional, e houve recepções cívicas durante as visitas do casal a Edimburgo. 

Muitos rotarianos escoceses consideravam Paul Harris um amigo próximo, especialmente os da cidade costeira de Ayr, perto do local de nascimento do poeta escocês, Robert Burns. Em 2 de abril de 1934, os associados do Rotary Club de Ayr presentearam Harris com um exemplar das obras completas de seu poeta mundialmente famoso, que agora faz parte dos arquivos do Rotary.  

Após a morte do marido, Jean Harris retornou à sua terra natal, onde passou o resto da vida. Embora seu desejo fosse permanecer uma pessoa reservada, os rotarianos faziam visitas regulares a ela. Jean também participou de uma pequena recepção em homenagem aos 50 anos do Rotary Club de Edinburgh. Uma placa comemorativa é exibida do lado de fora de seu local de nascimento, no centro da cidade. 

História adaptada de um artigo de James McKelvie para a edição de fevereiro de 1997 desta revista.